Em Belém, operários, professores e estudantes unificam
as manifestações e vão às ruas hoje
Senado aprova projeto que transforma
corrupção em crime hediondo
O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira o projeto
de lei que inclui as práticas de corrupção ativa e passiva, concussão, peculato
e excesso de exação na lista dos crimes hediondos.
Com isso, as penas mínimas
desses crimes ficam maiores e eles passam a ser inafiançáveis. Os condenados
também deixam de ter direito a anistia, graça ou indulto e fica mais difícil o
acesso a benefícios como livramento condicional e progressão do regime de pena.
O projeto agora segue para a Câmara. O autor do projeto, senador Pedro Taques
(PDT-MT), justifica que esses crimes são delitos graves praticados contra a
administração pública que “violam direitos difusos e coletivos e atingem
grandes extratos da população”.
“É sabido que, com o desvio de dinheiro
público, com a corrupção e suas formas afins de delitos, faltam verbas para a
saúde, para a educação, para os presídios, para a sinalização e construção de
estradas, para equipar e preparar a polícia, além de outras políticas
públicas”, diz o autor do projeto.
"Reunião
para inglês ver", dizem sindicalistas
sobre encontro
com Dilma
Em reunião com
dirigentes de cinco centrais sindicais, nesta quarta-feira, a presidente Dilma
Rousseff disse que “não existe tarifa zero” no transporte coletivo, detalhou os
planos para conter a onda de protestos no País e afirmou estar disposta a
entrar em campo para pôr os pingos nos ‘is’ nessa luta política.
“O meu governo
vai disputar a voz das ruas”, afirmou Dilma aos sindicalistas. Sem ser
interrompida durante 35 minutos, ela disse respeitar as manifestações, mas
admitiu temer a ação de grupos com outros interesses que não os de movimentos
pacíficos. Ao citar a redução do preço das passagens de ônibus, metrô e trens
metropolitanos nas principais capitais, Dilma disse que o transporte gratuito é
inviável.
“Não existe tarifa zero, ou se paga passagem ou se paga imposto”,
insistiu. A presidente pediu apoio aos sindicalistas para a proposta de convocação
de um plebiscito, com o objetivo de ouvir o que a população quer mudar no
sistema político. A idéia rachou o movimento sindical.
A presidente também não
conseguiu convencer os dirigentes a suspender a greve geral marcada para 11 de
julho e muitos deles deixaram o Palácio do Planalto sem esconder a irritação
com o que chamaram de “reunião para inglês ver”.
“O controle da inflação é
primordial. Mas a consulta popular para fazermos avançar a reforma política
também é”, argumentou Dilma, de acordo com relatos dos participantes do
encontro. Para a presidente, é preciso bater nessa tecla agora para que as
mudanças entrem em vigor na eleição de 2014, quando ela disputará o segundo
mandato. Dilma e a cúpula do PT defendem o financiamento público de campanha, sob
o argumento de que essa é a melhor forma de coibir o abuso do poder econômico.
O problema é que não há consenso em torno da proposta nem mesmo na base aliada
do governo no Congresso. “A corrupção é um crime hediondo e nós precisamos
enfrentar isso”, afirmou Dilma, ao lembrar um dos pontos do pacto lançado pelo
Planalto em resposta à onda de protestos. O encontro de Dilma com os
sindicalistas acabou tenso porque ela levantou e foi embora depois que todos os
inscritos externaram sua opinião sobre os problemas do País.
Só a “chefona” dita e nada diz de concreto
“Foi mais uma reunião para ouvir os planos "mirabolantes"
da presidente. Saímos daqui como sempre saímos, sem encaminhamento de nenhuma
das nossas reivindicações”, criticou o deputado Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP), presidente da Força Sindical.
Terceiro mandato
para lula
O maior problema
do Brasil é de gerenciamento. Do lado da Dilma estão quatro pessoas que jamais
seriam absorvidas pela iniciativa privada pela pobreza dos currículos e a
qualificação profissional. Agarraram-se desde cedo ao Partido dos Trabalhadores
e dentro dele fizeram carreira e assumiram cargos públicos relevantes depois
que o PT chegou ao poder. Guido Mantega, Ministro da Fazenda; Ideli Salvatti,
Ministra da Articulação Institucional; Gleise Hoffman, Ministra-Chefe do
Gabinete Civil; e Gilberto Carvalho, Ministro da Secretaria-Geral da
Presidência são as eminências pardas que cercam a presidente Dilma,
responsáveis pelos aconselhamentos e pelo rumo político e econômico do país. O
resultado está aí: um governo desastroso, desatualizado e improvisado.
O que a
presidente diz pela manhã, ela mesmo desmente à tarde. E assim, o Brasil vai se
tornando um país instável e inseguro para os investidores estrangeiros.
Internamente, ninguém acredita mais nas previsões de Mantega, o que faz com que
milhares de pessoas ocupem às ruas e as praças públicas para protestar e os
empresários desconfiem da condução da política econômica, retardem investimentos,
aumentem os preços e contribuam para a volta da inflação.
É com esse
pessoal que a Dilma se consulta diariamente. Ao deixar o Planalto, Lula deixou
em cargos chaves, em Brasília, a mesma equipe que o ajudou a administrar o
país. Pendurou no gabinete da presidente, Gilberto Carvalho, seu informante, e
na economia Guido Mantega, com quem despacha em São Paulo. Mantém também
militantes petistas em todos os órgãos do governo, principalmente no sistema
financeiro (Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES) Fundos de Pensão e
agências reguladoras. É assim que Lula está exercendo o seu terceiro mandato
presidencial, usando a Dilma na presidência, truque que adotou para se manter
no comando do país. Lula tinha receio de afrontar a Constituição incentivando a
emenda que permitiria o seu terceiro mandato. Na verdade, o ex-presidente
também tinha medo da reação dos brasileiros para esse ato truculento e
antidemocrático como fez Hugo Chávez, na Venezuela, na sua revolução
bolivariana dos famintos.
Para que tudo
desse certo, Lula bolou um plano genial. Escolheu Dilma Roussef como sua
principal executiva dentro do Palácio do Planalto. Tinha consciência do
seu despreparo para administrar o Brasil politicamente pela falta de
experiência partidária e de insucesso na iniciativa privada (Dilma faliu uma
loja de R$ 1,99 que administrou em Porto Alegre) e assim seria mais fácil de
manipulá-la. Um militante petista de maior envergadura, certamente não
iria se submeter as ordens de Lula quando estivesse no comando da presidência.
- Por Jorge
Oliveira -
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