A filha da artista, Natália Sarraff, usou seu perfil no Facebook para apoiar a decisão da mãe: "tudo que é bom dura pouco? Pelo contrário, tudo que é bom dura para sempre, pois tudo de Deus dura para sempre. Feliz por sua decisão, minha mãe. Eu te apoio, pois te conheço e sei o que se passa em seu coração, e sei que agora você está feliz de verdade".
A república do “eu não sabia”
Nenhum governante deveria mentir. Muito menos institucionalizar a
mentira. Oferecer-se ao público e, de cara lavada, dizer que não sabia o
que todo mundo sabe que o dirigente sabia. Ainda que se dê o benefício
da dúvida e se admita que por vezes governantes não saibam o que se
passa embaixo de seus narizes, é impossível admitir o não saber como
padrão.
Oficializada
pelo ex-presidente Lula, a república do “eu não sabia” virou moda.
Lula jurou
que foi traído, que nada sabia sobre o mensalão. No mesmo tom, disse ter sido
“apunhalado pelas costas” pela sua ex-protegida Rosemary Noronha, que utilizava
da intimidade com o presidente para traficar mimos.
Lula
também não sabia das peripécias de José Dirceu, que fora o craque, o capitão de
seu time, que, por sua vez, desconhecia que seu assessor Waldomiro Diniz tinha
negociatas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Assim como José Genoíno assinou
sem saber os empréstimos do Banco Rural que lastrearam parte do mensalão.
Quando
era ministro da Fazenda de Lula, Antonio Pallocci chegou a alegar que não sabia
dirigir em Brasília, e, portanto, não poderia ter chegado pilotando um Peugeot
cinza na casa da alegria do Lago Sul, conforme o caseiro Francenildo denunciara.
Mais: não sabia e jamais soube da quebra do sigilo bancário do caseiro.
A lista
do “eu não sabia” é infinda.
Aloizio
Mercadante não sabia da compra do dossiê na qual o seu assessor foi flagrado e
muito menos que a ação ocorrera para beneficiar a sua campanha ao governo do
Estado e a de seu chefe Lula, que não sabia do envolvimento do seu assessor
Freud Godoy na lambança dos aloprados.
O
ex-ministro Fernando Haddad, hoje prefeito de São Paulo, não sabia dos kits
contra homofobia que chegariam a seis mil escolas, jogados no lixo depois de
suspensos pela presidente Dilma Rousseff.
Alexandre Padilha também não sabia da
campanha “Eu sou feliz sendo prostituta”, veiculada por seu Ministério.
Igualmente, Jorge Hereda, presidente da Caixa, não sabia que seus técnicos
tinham mexido nas datas do pagamento do Bolsa Família, estopim para o boato de
término do programa e para a corrida alucinada de beneficiários a agências, com
quebradeiras e feridos.
Vendida
por marqueteiros como exímia gestora, centralizadora e mandona, Dilma não foge
ao figurino. É enganada toda hora. Nada sabia sobre as trapaças de Erenice
Guerra, e, supõe-se, nada sabe das aprontações de auxiliares que ela própria
faxinou e que agora renomeia.
Ninguém
sabia que a refinaria de Pasadena (EUA) nada valia. Daí o equívoco de se pagar
por ela U$ 1,18 bilhão. Uma conta que, ignorantes, não sabíamos.
- Escrito por Mary Zaidan -
Dirceu por improbidade
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, o
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu sofreu mais um revés. Depois de seis
anos, a Justiça Federal em Brasília abriu o primeiro processo de improbidade
administrativa contra ele.Outros 20 réus do mensalão, além de Dirceu, também respondem ao mesmo processo.
O objetivo da ação de improbidade proposta pelo Ministério Público é recuperar o dinheiro que teria sido desviado pelo esquema de compra de votos, em troca de apoio parlamentar, no governo Lula.
O escândalo veio à tona em 2005. Dirceu foi apontado pelo Supremo como "mandante" do mensalão e condenado a 10 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha.