15/04/2013 - Eleição na Venezuela sob suspeita



Nicolás Maduro é eleito com 50,66% para
continuar chavismo na Venezuela
Líder sindical que começou a carreira como motorista de ônibus deve dar continuidade à 'revolução' comandada por Hugo Chávez na Venezuela

Nicolás Maduro, que desde o início de dezembro passado de definiu como o herdeiro político de Hugo Chávez, presidente venezuelano que morreu de câncer no dia 5 de março, foi eleito na noite deste domingo como o novo presidente do País com 50,66% dos votos (um total de 7.505.338 eleitores). Ele teve como principal adversário o governador do Estado de Mirana, Henrique Capriles, que alcançou 49,07%. Outros candidatos tiveram 0,26%.

As últimas declarações do chavista antes do fim do pleito, enquanto votava em uma escola de Caracas, já mostram como será o governo do motorista de ônibus que se tornou o principal aliado de Chávez. Maduro disse que não fará "pacto com a burguesia" nem manterá diálogo com a "elite" nacional.

"Aqui não haverá pacto com a burguesia, haverá diálogo com a classe operária, com os empresários patriotas, com os estudantes secundaristas, universidades, professores, diálogos bolivarianos com todos. Bem-vindos", disse. "Sempre estamos abertos a conversar sobre todos os temas. Mas na Venezuela há uma revolução e esta criou novos valores da democracia. 

Um deles foi acabar com o pacto das elites e o coleguismo", afirmou ao falar sobre a "revolução social" instaurada na Venezuela durante os 14 anos em que Chávez permaneceu no comando do país.
  

Capriles não reconhece vitória de Maduro
e exige recontagem de votos
     
 
O candidato da oposição à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, não reconhece a vitória do candidato do governo, Nicolás Maduro, e exige a recontagem do total de votos.
"Não vamos reconhecer o resultado até a recontagem de cada um dos votos dos venezuelanos, um por um. Exigimos do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) que abram todas as urnas e que cada voto seja recontado", afirmou Capriles em entrevista coletiva.

Segundo o CNE, Maduro venceu com 50,66%, contra 49,07% para Capriles, uma diferença de 235.000 votos.

"O derrotado de hoje é você (Maduro), e digo isto com toda firmeza", declarou Capriles, que tinha nas mãos uma lista de mais de 3.200 irregularidades detectadas neste domingo "no processo eleitoral".

"Esta luta não terminou. Aqui vamos insistir até que se conheça a verdade". Antes das declarações de Capriles, o candidato chavista já havia solicitado ao CNE uma auditoria sobre todas as urnas.

"Solicito oficialmente ao Conselho Nacional Eleitoral a realização de uma auditoria (...) para que não fique dúvida sobre os resultados eleitorais", disse Maduro a uma multidão de chavistas reunida diante do Palácio Presidencial de Miraflores.

O pedido de Maduro e a exigência de Capriles vão no sentido da solicitação do reitor do CNE Vicente Díaz, que também defende uma auditoria sobre 100% das urnas, diante da vitória por margem mínima.

"Este resultado tão ajustado me obriga a solicitar ao Conselho Nacional Eleitoral a decretação de uma auditoria cidadã. Peço que se analisem 100% das urnas no país", disse Díaz.