PMs são condenados a 156 anos
por massacre do Carandiru
Justiça condenou 23 dos 26 acusados por 15 das 111 mortes
na Casa de Detenção em 1992
Estudantes
da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em SP, protestam contra o
massacre do Carandiru no dia do início do julgamento dos PMs
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Vinte anos, seis meses e 19 dias depois, sete jurados
condenaram 23 policiais militares que participaram do massacre do Carandiru a
uma pena de 156 anos de prisão cada (12 anos para cada homicídio).
A acusação:
terem assassinado no segundo pavimento do Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção
13 dos 111 detentos que morreram durante a invasão da PM. A sentença foi
promulgada pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão à 1h15 deste domingo, dia 21.
Apesar da sentença determinar cumprimento em regime fechado, o juiz permitiu
que os condenados recorram em liberdade.
Três dos réus julgados foram absolvidos pelo Conselho de
Sentença, que teve de responder a 1.526 questões. Foi necessário responder a
quatro quesitos por condenação. A questão principal era se o réu havia
concorrido para a prática dos homicídios, considerando que se agiu de forma
coletiva.
Outro quesito questionava se o réu fora atacado e provocado a reagir.
Cada um desses quesitos foi relacionado a cada um dos acusados e vítimas. No
fim, considerou-se que só três PMs não tiveram participação direta no massacre.
Corrupção endêmica ataca Minha Casa
O esquema de rapinagem, revelado domingo pelo GLOBO, no
programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida chama a atenção para
desdobramentos dentro da máquina pública da disseminação da prática do roubo do
dinheiro do contribuinte.
Desta vez, são ex-funcionários do Ministério das Cidades,
treinados nos meandros burocráticos do programa de habitação, que montam na
esfera privada um esquema malandro, para atuar junto a cidades pequenas, de no
máximo 50 mil habitantes, onde não transita a Caixa Econômica com seus
auditores.
Sindicância detecta ‘indícios de enriquecimento
ilícito’ de Rose,
ex-chefe da Presidência em SP
Uma sindicância feita por técnicos a serviço da Casa
Civil da Presidência da República esquadrinhou as atividades de Rosemary
Noronha no governo.
O resultado foi acomodado num relatório de 120 folhas. No
seu pedaço mais constrangedor, o documento sugere a “instauração de sindicância
patrimonial em desfavor da ex-servidora.” Por quê? Detectaram-se “indícios de
enriquecimento ilícito.” A pedido da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), a
Controladoria-Geral da República abriu-se contra Rose, como a investigada é
chamada na intimidade, um processo administrativo.
Até o ano passado, Rose chefiava o escritório da
Presidência em São Paulo. Nomeada sob Lula, com quem mantinha íntimas relações,
ela foi mantida na função por Dilma Rousseff. Tornou-se nacionalmente conhecida
depois que a Polícia Federal a pilhou na Operação Porto Seguro. Indiciada por
formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, Rose foi
alvejada pela investigação da Casa Civil.
País rachado ao meio desafia governo
de herdeiro de
Chávez
Para analistas e vozes dissidentes no governo, só diálogo com oposição
traria estabilidade.
Com o resultado das eleições presidenciais do último
domingo ainda em dúvida e condicionado a uma auditoria do Conselho Nacional
Eleitoral (CNE), no momento existe apenas uma certeza política na Venezuela: o
país está rachado e somente um processo de diálogo entre as duas metades
representadas pela revolução bolivariana e seus opositores evitaria uma crise
política de consequências imprevisíveis.
Esta é a conclusão à qual chegou até mesmo José Vicente
Rangel, ex-vice-presidente e ex-chanceler de Hugo Chávez, considerado um dos
intelectuais mais importantes do chavismo.