21/04/2013 - notícias do domingo



PMs são condenados a 156 anos
por massacre do Carandiru
Justiça condenou 23 dos 26 acusados por 15 das 111 mortes na Casa de Detenção em 1992
 

Estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em SP, protestam contra o massacre do Carandiru no dia do início do julgamento dos PMs
Vinte anos, seis meses e 19 dias depois, sete jurados condenaram 23 policiais militares que participaram do massacre do Carandiru a uma pena de 156 anos de prisão cada (12 anos para cada homicídio). 

A acusação: terem assassinado no segundo pavimento do Pavilhão 9 da antiga Casa de Detenção 13 dos 111 detentos que morreram durante a invasão da PM. A sentença foi promulgada pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão à 1h15 deste domingo, dia 21. Apesar da sentença determinar cumprimento em regime fechado, o juiz permitiu que os condenados recorram em liberdade. 

Três dos réus julgados foram absolvidos pelo Conselho de Sentença, que teve de responder a 1.526 questões. Foi necessário responder a quatro quesitos por condenação. A questão principal era se o réu havia concorrido para a prática dos homicídios, considerando que se agiu de forma coletiva. 

Outro quesito questionava se o réu fora atacado e provocado a reagir. Cada um desses quesitos foi relacionado a cada um dos acusados e vítimas. No fim, considerou-se que só três PMs não tiveram participação direta no massacre.



Corrupção endêmica ataca Minha Casa
O esquema de rapinagem, revelado domingo pelo GLOBO, no programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida chama a atenção para desdobramentos dentro da máquina pública da disseminação da prática do roubo do dinheiro do contribuinte.

Desta vez, são ex-funcionários do Ministério das Cidades, treinados nos meandros burocráticos do programa de habitação, que montam na esfera privada um esquema malandro, para atuar junto a cidades pequenas, de no máximo 50 mil habitantes, onde não transita a Caixa Econômica com seus auditores.



Sindicância detecta ‘indícios de enriquecimento
 ilícito’ de Rose, ex-chefe da Presidência em SP

Uma sindicância feita por técnicos a serviço da Casa Civil da Presidência da República esquadrinhou as atividades de Rosemary Noronha no governo. 

O resultado foi acomodado num relatório de 120 folhas. No seu pedaço mais constrangedor, o documento sugere a “instauração de sindicância patrimonial em desfavor da ex-servidora.” Por quê? Detectaram-se “indícios de enriquecimento ilícito.” A pedido da ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil), a Controladoria-Geral da República abriu-se contra Rose, como a investigada é chamada na intimidade, um processo administrativo.

Até o ano passado, Rose chefiava o escritório da Presidência em São Paulo. Nomeada sob Lula, com quem mantinha íntimas relações, ela foi mantida na função por Dilma Rousseff. Tornou-se nacionalmente conhecida depois que a Polícia Federal a pilhou na Operação Porto Seguro. Indiciada por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva, Rose foi alvejada pela investigação da Casa Civil.



País rachado ao meio desafia governo 
de herdeiro de Chávez
Para analistas e vozes dissidentes no governo, só diálogo com oposição traria estabilidade.

Com o resultado das eleições presidenciais do último domingo ainda em dúvida e condicionado a uma auditoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), no momento existe apenas uma certeza política na Venezuela: o país está rachado e somente um processo de diálogo entre as duas metades representadas pela revolução bolivariana e seus opositores evitaria uma crise política de consequências imprevisíveis.

Esta é a conclusão à qual chegou até mesmo José Vicente Rangel, ex-vice-presidente e ex-chanceler de Hugo Chávez, considerado um dos intelectuais mais importantes do chavismo.