Thor já deu R$ 1 milhão a pessoas ligadas a morto
atropelado
e pode ter que pagar mais R$ 2,5 milhões
Pode ser o homicídio culposo proveniente de um
atropelamento mais caro do judiciário brasileiro
Thor Batista |
Dona Maria
Vicentina Pereira, de 56 anos, tem orgulho de mostrar os novos óculos de grau
que comprou. É um objeto simples, mas que representa muito na vida da
encarregada de limpeza, tia do ciclista Wanderson Pereira dos Santos,
atropelado no dia 17 de março do ano passado pelo estudante Thor Batista. Foi
graças à fatia que recebeu de um acordo de R$ 1 milhão com o atropelador e o
pai dele, o empresário Eike Batista, que a vida dela e a da companheira da
vítima, Cristina dos Santos Gonçalves, mudaram. Com a divulgação do acordo
extrajudicial pela defesa de Thor, as duas mulheres, o advogado delas e um
bombeiro, amigo da família, podem receber mais R$ 2,5 milhões, o que pode
tornar o homicídio culposo proveniente de um atropelamento mais caro do
judiciário brasileiro.
O advogado
Cléber ; Maria Vicentina, tia do morto, com óculos novos;
e Cristina
Gonçalves, que ficou com parte do dinheiro do acordo
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A invasão dos micos
Polêmica
sobre extermínio dos saguis divide especialistas. Introduzidos para venda
ilegal nos estados do Sul e do Sudeste, eles proliferaram e agora ameaçam
acabar com espécies nativas de aves e mamíferos
Irrequietos, com
tufos de pelos brancos ou negros ao redor das pequenas orelhas, eles chegaram
devagarinho e, aos poucos, foram conquistando os cariocas. Cobiçados nos anos
1970 e 80 no mercado ilegal de animais silvestres, os saguis de tufos-brancos (Callithrix
jacchus) e de tufos-pretos (Callithrix penicillata), ambos
popularmente conhecidos como micos-estrela, são originários das regiões
Nordeste e Centro-Oeste. Eles se espalharam pelo Rio de Janeiro e por outros
estados do Sudeste e do Sul do país levados pelo homem.
Décadas após sua
introdução, a população explodiu e ameaça a sobrevivência das espécies nativas.
Agora, especialistas defendem a erradicação dos bichos e causam polêmica.
— Como qualquer
espécie invasora, os micos proliferam sem controle natural e substituem
populações nativas, no Rio e em numerosos lugares ao longo da costa brasileira
— diz a engenheira florestal Sílvia Ziller, coordenadora do Programa de
Espécies Exóticas Invasoras da ONG The Nature Conservancy para a América do
Sul.
Vorazes
comedores de ovos, os Callithrix põem em risco espécies ameaçadas de
extinção, como o formigueiro-do-litoral, ave típica das restingas fluminenses,
que integra a lista dos pássaros mais raros do planeta.