18/05/2013 - Notícias do sábado



Thor já deu R$ 1 milhão a pessoas ligadas a morto atropelado
 e pode ter que pagar mais R$ 2,5 milhões
Pode ser o homicídio culposo proveniente de um atropelamento mais caro do judiciário brasileiro

Thor Batista
Dona Maria Vicentina Pereira, de 56 anos, tem orgulho de mostrar os novos óculos de grau que comprou. É um objeto simples, mas que representa muito na vida da encarregada de limpeza, tia do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, atropelado no dia 17 de março do ano passado pelo estudante Thor Batista. Foi graças à fatia que recebeu de um acordo de R$ 1 milhão com o atropelador e o pai dele, o empresário Eike Batista, que a vida dela e a da companheira da vítima, Cristina dos Santos Gonçalves, mudaram. Com a divulgação do acordo extrajudicial pela defesa de Thor, as duas mulheres, o advogado delas e um bombeiro, amigo da família, podem receber mais R$ 2,5 milhões, o que pode tornar o homicídio culposo proveniente de um atropelamento mais caro do judiciário brasileiro. 

O advogado Cléber ; Maria Vicentina, tia do morto, com óculos novos;
e Cristina Gonçalves, que ficou com parte do dinheiro do acordo  

 

 
A invasão dos micos
Polêmica sobre extermínio dos saguis divide especialistas. Introduzidos para venda ilegal nos estados do Sul e do Sudeste, eles proliferaram e agora ameaçam acabar com espécies nativas de aves e mamíferos


Irrequietos, com tufos de pelos brancos ou negros ao redor das pequenas orelhas, eles chegaram devagarinho e, aos poucos, foram conquistando os cariocas. Cobiçados nos anos 1970 e 80 no mercado ilegal de animais silvestres, os saguis de tufos-brancos (Callithrix jacchus) e de tufos-pretos (Callithrix penicillata), ambos popularmente conhecidos como micos-estrela, são originários das regiões Nordeste e Centro-Oeste. Eles se espalharam pelo Rio de Janeiro e por outros estados do Sudeste e do Sul do país levados pelo homem. 

Décadas após sua introdução, a população explodiu e ameaça a sobrevivência das espécies nativas. Agora, especialistas defendem a erradicação dos bichos e causam polêmica.
— Como qualquer espécie invasora, os micos proliferam sem controle natural e substituem populações nativas, no Rio e em numerosos lugares ao longo da costa brasileira — diz a engenheira florestal Sílvia Ziller, coordenadora do Programa de Espécies Exóticas Invasoras da ONG The Nature Conservancy para a América do Sul.

Vorazes comedores de ovos, os Callithrix põem em risco espécies ameaçadas de extinção, como o formigueiro-do-litoral, ave típica das restingas fluminenses, que integra a lista dos pássaros mais raros do planeta.