Disputa avança para
polarização
entre Scherer e Scola
Imprensa
italiana vê arcebispo de São Paulo e cardeal de Milão como os nomes mais fortes
das reuniões pré-conclave
Odilo Scherer X Angelo Scola |
No dia em que a data
do conclave foi divulgada, a lista de cardeais que mais circulam no meio
eclesiástico e na imprensa internacional foi reduzida. Ontem, os principais
jornais da Itália e alguns dos vaticanistas mais respeitados indicaram que os
favoritos para suceder o papa Bento XVI são dois: o italiano Angelo Scola,
arcebispo de Milão, e o brasileiro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo.
Mas o
favoritismo tem um preço: em caso de impasse, uma terceira via poderá ser
apresentada na janela do Vaticano.
O favoritismo de
Scola e de Scherer ficou claro nas páginas dos diários La Repubblica, La Stampa
e Il Messaggero, além da revista Panorama, quatro dos mais respeitados veículos
de imprensa da Itália.
Todos convergiram na sexta-feira quanto aos cardeais que
teriam saído fortalecidos das Congregações-Gerais, as reuniões pré-conclave do
Colégio Cardinalício. "Partida entre dois no conclave", escreveu o La
Repubblica, que mencionou o brasileiro como "homem forte do IOR", o
Banco do Vaticano.
Segundo o diário, Scola seria sustentado por cardeais
reformistas, enquanto Scherer seria o "representante da Cúria",
avesso a reformas na Igreja.
PT procura podar Eduardo Campos
A gestão da presidente Dilma
Rousseff derrubou repasses federais para financiar projetos apresentados por
Pernambuco, do governador Eduardo Campos (PSB), potencial adversário da petista
na eleição presidencial de 2014. Dilma alterou, assim, a trajetória de
transferência desse tipo de recurso, iniciada pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Segundo
dados do Tesouro Nacional, em 2012, o valor repassado voluntariamente pelo
governo federal chegou a patamar menor que o de 2006, último ano de gestão do
então governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que fazia oposição
ao governo do PT.
As
transferências voluntárias são aquelas em que não há obrigatoriedade prevista
em lei, como nos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ou do
Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Compreendem recursos
obtidos por meio de convênios ou acordos, mediante solicitação dos Estados.
Também não incluem investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
cujos projetos são definidos pelo governo federal.
Campos tem
dado sinais de que pode ser candidato em 2014. Aumentou as críticas à política
econômica de Dilma, num aceno ao empresariado, que está insatisfeito com as
taxas de crescimento do PIB. Passou também a fazer reuniões políticas com maior
freqüência, inclusive com integrantes da oposição – embora aja como candidato,
ainda analisará o cenário de 2014 para ponderar a conveniência de se lançar ou
de negociar com o PT a retirada da candidatura.
Egito
confirma pena de morte a 21
torcedores
envolvidos em tumulto
Briga
em estádio deixou 72 mortos em 2012; em protesto, torcedores incendiaram
prédios
Um
tribunal egípcio confirmou neste sábado, 9, sentenças de morte contra 21
torcedores de futebol que participaram de um tumulto no estádio de Port Said no
ano passado, em um caso que tem provocado confrontos sangrentos na cidade de
Suez.
As 72
mortes no estádio ocorreram em fevereiro de 2012 no final de uma partida entre
a equipe Al-Ahly, do Cairo, e o time local Al-Masry, e desde então têm sido
motivo de protestos.
A
corte, presidida pelo juiz Sobhi Abdelmeguid, ordenou que os condenados sejam
enforcados pelos delitos de "assassinato e tentativa de assassinato"
em Port Said.
As
penas de morte já haviam sido pronunciadas em 26 de janeiro e enviadas ao mufti
- máxima autoridade religiosa do Egito - para que ele emitisse sua sentença,
embora ainda restasse a confirmação da Justiça.
Além
disso, a corte decretou penas de prisão com prazos de um e 15 anos para o
restante dos acusados, ao mesmo tempo em que absolveu outras 28 pessoas.
Entre
os condenados a 15 anos de prisão estão duas antigas autoridades policiais de
Port Said, enquanto outros sete membros da Polícia foram absolvidos.
Deputado quer deter casamento
gay e aborto de anencéfalos
Feliciano tem projetos para reverter decisões do Supremo e diz que papel de deputado é 'extensão' da atividade como pastor
Em seus dois primeiros anos de mandato, o pastor
Marco Feliciano (PSC-SP) apresentou projetos que tentam suspender a união civil
de pessoas do mesmo sexo e a legalidade do aborto de anencéfalos - autorizados
pelo Supremo Tribunal Federal.
Feliciano tentou barrar a aplicação das decisões
da Corte sob a alegação de que o tema só poderia ser tratado pelo Congresso.
No texto em que questiona a união civil de
homossexuais, o deputado afirma que a autorização dada pelo STF foi um
"golpe". Ele evita usar a expressão "casais" - usa a
expressão "duplas homossexuais".
"A menos que se reformasse a Constituição,
os militantes homossexualistas jamais poderiam pretender o reconhecimento da
união estável entre dois homossexuais. Isso é o que diz a lógica e o bom
senso", escreveu.
Feliciano costuma citar versículos da Bíblia nos
projetos que apresenta. Sua ação legislativa é marcada por propostas de
interesse da bancada evangélica.
Em discurso em plenário, em outubro do ano
passado, pediu que os deputados religiosos lutassem contra projetos e decisões
que autorizassem o aborto e o casamento gay.
"Como pastor evangélico, encaro o mandato
político como extensão do meu ministério, cuja responsabilidade maior é
dignificar o nome de Jesus Cristo", disse. "A lei de Deus é só uma e
vale para todos. Deus ama a todos, mas abomina o pecado."
O deputado é autor de um projeto que obriga a
Casa da Moeda a inscrever a expressão "Deus seja louvado" nas cédulas
de real e de outro que cria o Programa Nacional Papai do Céu na Escola.
"Precisamos resgatar o ensino religioso em
nosso País de maneira sábia, simples, coerente e contínua. Queremos ver os
filhos desta Nação olhando para a imensidão do cosmos e dizendo: Há um papai do
céu que cuida de nós!", escreveu.
Feliciano também propõe a internação de
"estupradores contumazes", com possibilidade de castração química.
Lembrando que Feleciano foi eleito Presidente da Comissão
de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
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