Mistério envolve crianças do Araguaia
Legistas acharam duas ossadas em operação
controversa
Os restos mortais de 25 possíveis desaparecidos
políticos que estão em análise por peritos da União guardam um mistério: duas
ossadas são de crianças, uma com idade entre 3 e 4 anos e outra entre 6 e 7
anos. O primeiro relatório dos peritos criminais e de médicos legistas que
integram o Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), que busca localização e
identificação daqueles militantes, pediu autorização para devolvê-los ao
cemitério de Xambioá (TO), um dos principais palcos da guerrilha. Elas não
estão "incluídas nos perfis dos desaparecidos do Araguaia". Os
peritos sugerem que os dois sejam "devolvidos para a origem".
Mas outro mistério cerca esses restos mortais: eles não teriam sido colhidos na expedição apontada pelo documento. Representante dos familiares no GTA e na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Diva Santana, que acompanhou aquela missão e é assídua participante das buscas no Araguaia, assegura que essas duas ossadas não foram retiradas naqueles dias. As reportagens da cobertura daqueles dias da expedição — incluídas as de O GLOBO — não registraram esses achados, mas a localização e retirada de três ossadas de adultos.
Aquelas escavações colheram os restos de um homem com os punhos amarrados para trás e sem as mãos. Teria entre 24 a 32 anos. Cogitou-se até que poderia ser o corpo do militante Paulo Roberto Marques, que usava o codinome Amauri. Ossadas de homem e uma mulher também foram encontradas. Ele vestia uma ceroula, e ela tinha características orientais. Foi enterrada em pé. Na época, parentes de desaparecidos apontaram semelhanças com Walquíria Afonso Costa, militante mineira do PCdoB.
Mas outro mistério cerca esses restos mortais: eles não teriam sido colhidos na expedição apontada pelo documento. Representante dos familiares no GTA e na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Diva Santana, que acompanhou aquela missão e é assídua participante das buscas no Araguaia, assegura que essas duas ossadas não foram retiradas naqueles dias. As reportagens da cobertura daqueles dias da expedição — incluídas as de O GLOBO — não registraram esses achados, mas a localização e retirada de três ossadas de adultos.
Aquelas escavações colheram os restos de um homem com os punhos amarrados para trás e sem as mãos. Teria entre 24 a 32 anos. Cogitou-se até que poderia ser o corpo do militante Paulo Roberto Marques, que usava o codinome Amauri. Ossadas de homem e uma mulher também foram encontradas. Ele vestia uma ceroula, e ela tinha características orientais. Foi enterrada em pé. Na época, parentes de desaparecidos apontaram semelhanças com Walquíria Afonso Costa, militante mineira do PCdoB.
MP denúncia
corrupção no Corpo de
Bombeiros de
Belém e Tucuruí
Na semana em que
o Corpo de Bombeiros do Pará ganhou as páginas dos jornais envolvido em
suspeitas de venda de laudos de vistorias técnicas para liberação de Habite-se
de imóveis em Belém, vem à tona uma nova denúncia que compromete ainda mais
imagem da corporação no Estado. Desta vez a acusação atinge dois oficiais e
dois suboficiais acusados do desvio de alimentos e combustíveis no 8º
Grupamento do Corpo de Bombeiros em Tucuruí.
As denúncias foram feitas por um
tenente e levaram o Ministério Público Militar a investigar e denunciar à
Justiça os quatro integrantes da corporação, entre eles, o então comandante do
Grupamento, o major Helton Charles Araújo Moraes. Também foram denunciados o
hoje capitão Marcos Felipe Galúcio de Souza, que está em Marabá, e os o
sub-tenentes Lucivaldo Bittencourt Pompeu e Ronaldo do Espírito Santo.
Segundo a
denúncia, o Corpo de Bombeiros em Tucuruí recebia combustíveis doados pela
prefeitura municipal do município, pela empresa Eletronorte, que administra a
usina hidrelétrica e tem escritório na cidade, e ainda contava com suprimentos
do próprio Comando da Corporação.
Da prefeitura de
Tucuruí saiam mensalmente 480 litros de óleo diesel. Já a Eletronorte doava 248
litros de gasolina, que seriam suficientes para manter a frota do grupamento ao
longo do mês. Não havia, contudo, na administração da unidade, qualquer
controle sobre o uso dessas doações. “Soa estranho que não haja registro de
entrada de combustível nos livros de partes diárias do fiscal de dia do 8º GBM,
não havendo nenhum outro documento comprobatório de que o referido combustível
tenha entrado no quartel do 8º GBM e também registro de consumo que comprove a
fiscalização do combustível”, constatou o Ministério Público na denúncia
apresentada à Justiça. A empresa Eletronorte confirmou as doações. Segundo
testemunhas, o combustível era transportado em ‘carotes’ e em carros
particulares.
QUENTINHAS - O
Ministério Público apurou também o desvio de alimentos que eram doados ao Corpo
de Bombeiro pela empresa Camargo Correa, responsável por obras no município
como a das eclusas. Segundo testemunhas, a empresa doava quentinhas que eram
consumidas no grupamento, o que facilitava o desvio de alimentos não perecíveis
enviados pelo Comando. “Eram entregues nas unidades apenas alimentos não
perecíveis, excluindo-se, portanto, os perecíveis, o que leva a concluir que o
primeiro denunciado [o major Helton], a quem cabia à gestão administrativa
militar do 8º GBM, se apropriava indevidamente desses”, diz a denúncia.
A ação inclui
ainda irregularidades no uso dos recursos arrecadados com o aluguel da quadra
de esportes do Grupamento e a suposta apropriação de uma antena de acesso a
Internet do programa “Navega Pará”, do governo do Estado, que teria sido tirada
do local de origem e instalada em local definido pelo então comandante do 8º
Grupamento para uso particular.
As denúncias
deram origem a um inquérito militar que resultou na denúncia à Justiça e foi
aberto também processo administrativo para apurar falhas de conduta dos
militares envolvidos. Na última sexta-feira, o responsável pelo caso, o
promotor Armando Brasil determinou também a instauração do Conselho de
Justificação, instância responsável por julgar pedido de expulsão contra
bombeiros. O Conselho deve ser formado por três integrantes com patentes mais
altas que as dos denunciados e os nomes são escolhidos pelo governador do
Estado, Simão Jatene.
O
subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Mário Moraes, garantiu que
todas as denúncias contra integrantes da corporação serão rigorosamente
apuradas. “Qualquer denúncia que recebemos é investigada”. Além do Conselho de
Justificação, ainda não instaurado, os militares estão sujeitos a possíveis
sanções funcionais que podem ir da advertência à prisão. Os oficiais e
suboficiais acusados foram afastados de Tucuruí, mas enviados para outros
grupamentos do Estado. “O afastamento é necessário para que eles não
interferissem na investigação, mas o caso não foi julgado então não cabe
afastá-los totalmente das funções”, explicou Moraes. Não há previsão para o fim
do processo.
Dos
investigados, apenas o major Helton Charles Araújo Moraes falou ao DIÁRIO. Ele
garantiu que não teve envolvimento nos desvios. “Vai ficar claro ao longo do
processo que minha assinatura foi falsificada. Minha história na corporação é
pautada pela licitude. Já recebi comenda e elogios do governador. Tenho
interesse em que a investigação ocorra o mais rápido possível. Esse tipo de
denúncia desgasta a gente, mas o servidor público está sujeito”.
(Diário do Pará)
Familiares de vítimas da Kiss criam associação
Associação irá
acompanhar a investigação do caso e buscar e emitir orientações para os
processos de indenização
Cerca de 250 familiares das
vítimas da tragédia da boate Kiss decidiram formar uma associação para
acompanhar a investigação do caso e buscar e emitir orientações para os
processos de indenização, neste sábado, em Santa Maria.
Os participantes da reunião
também admitem que unidos poderão amparar uns aos outros no longo processo do
luto que estão passando. Uma comissão formada por dez pessoas deve esboçar um
estatuto durante a semana para apresentá-lo no próximo encontro, marcado para o
dia 23.
Ainda tem louco que diz que o
mensalão não existiu
A condenação dos principais executivos do Banco Rural no
mensalão e as sucessivas derrotas judiciais em falências de empresas como
Petroforte e Vasp podem levar o grupo a pagar pelo menos R$ 1,3 bilhão, o
equivalente a 5,6% dos ativos do banco.
No ano passado, o banco recebeu uma injeção de R$ 400
milhões de sua antiga controladora, Kátia Rabello. Segundo reportagem da Folha
de SP., esse aporte deu fôlego para que o banco não entrasse na zona de
insolvência. Kátia foi condenada a 16 anos e oito meses de prisão e ao
pagamento de R$ 1,5 milhão em multa por permitir que seu banco ajudasse a lavar
o dinheiro do mensalão.
Outros dois executivos, José Roberto Salgado e Vinícius
Samarane, também foram condenados e juntos terão de pagar R$ 1,5 milhão. O
banco recebeu ainda multa de R$ 1,6 milhão do Banco Central por causa das
operações de lavagem de dinheiro. O grupo Rural agora terá de pagar
credores de duas falências, a da Vasp e a da distribuidora de combustível
Petroforte. O grupo nega irregularidades.
Sobre Mantega, inflação, armas e nervosismo
Em abril de 2011, realizou-se no Planalto a primeira
reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo de Dilma
Rousseff. Na sua vez de discursar, Guido Mantega lamentou: “Existe um surto
inflacionário mundial.” Mas mostrou o paiol: “Não devemos poupar armas, devemos
usar todas as possíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais.”
Decorridos quase dois anos, o IBGE informou na semana
passada que a inflação deu um salto de 0,86% no mês de janeiro de 2013. Nos
últimos 12 meses, a taxa já acumula uma elevação de preocupantes 6,15%.
No momento, a situação é a seguinte: metade da turma do
mercado está nervosa porque Mantega diz que dispõe de um arsenal mas sabe que
ele está mentindo.
A outra metade está nervosa porque Mantega diz que dispõe de
um arsenal e sabe que ele fala sério. E o governo está nervoso porque não sabe
se diz que tem um armamento de que não dispõe ou se aciona as bombas mas não
diz. E vice-versa.
- Do Blog do
Josias -
Exército apura cobrança de propina por oficiais
Enzo Peri, comandante do exército |
Sindicância aberta pelo Exército apura denúncia feita
contra oficiais que atuam no setor de compras. Eles estariam condicionando a
assinatura de contratos com empresas vencedores em licitações ao pagamento de
propinas. A coisa começou a cheirar mal no final do ano passado, quando uma
empresária paranaense procurou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Chama-se Iracele Mascarello a empresária que levou os
lábios ao trombone. É dona do Grupo Mascarello, fabricante de ônibus. Conforme relato do repórter Hugo Marques,
ela procurou Requião em novembro do ano passado. Contou ao senador que sua
empresa vencera uma licitação para fornecer 65 ônibus ao BGP (Batalhão da
Guarda Presidencial) – negócio de R$ 17,8 milhões.
Às vésperas da assinatura do contrato, contou Iracele a
Requião, oficiais do Exército contactaram um representante da empresa em
Brasília. Informaram que a formalização do negócio exigiria o pagamento de
propina. Informado, o senador decidiu passar a informação adiante. Requião foi
à presença do ministro Aloizio Mercadante (Educação).
Filho de general e irmão de coronel, Mercadante contou o
que ouvira a duas pessoas: o comandante do Exército, general Enzo Peri, e Dilma
Rousseff. A presidência exigiu providências. Abriu-se uma sindicância, ainda
inconclusa. E o contrato com a Mascarello foi, finalmente, assinado. Sem o ‘por
fora’.
A denúncia chega às manchetes oito meses depois de Dilma
ter lançado, em junho do ano passado, um bilionário programa de compras de
máquinas e materiais para os ministérios. Deu-se ao programa o apelido de PAC
Equipamentos. Foi orçado em R$ 8,4 bilhões. Um pedaço dessa cifra será aplicado
na reequipagem das Forças Armadas.
Numa conta que inclui de caminhões a lançadores de
mísseis, o Exército já gastou R$ 1,8 bilhão. É contra esse pano de fundo
monetário que se processa a investigação sobre a cobrança de propinas por
oficiais. Em nota, o Exército informou:
“A citada sindicância se encontra em curso e, até o
presente momento, não há como comprovar a ocorrência de propina no referido
processo. Registre-se que o processo licitatório já foi concluído e a empresa
representada pelo denunciante contemplada na forma do que está previsto nas
normas vigentes.”
- Blog do Josias -