11/02/2013 - Mistério envolve ossadas de crianças do Araguaia

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Mistério envolve crianças do Araguaia
Legistas acharam duas ossadas em operação controversa 

Os restos mortais de 25 possíveis desaparecidos políticos que estão em análise por peritos da União guardam um mistério: duas ossadas são de crianças, uma com idade entre 3 e 4 anos e outra entre 6 e 7 anos. O primeiro relatório dos peritos criminais e de médicos legistas que integram o Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), que busca localização e identificação daqueles militantes, pediu autorização para devolvê-los ao cemitério de Xambioá (TO), um dos principais palcos da guerrilha. Elas não estão "incluídas nos perfis dos desaparecidos do Araguaia". Os peritos sugerem que os dois sejam "devolvidos para a origem".

Mas outro mistério cerca esses restos mortais: eles não teriam sido colhidos na expedição apontada pelo documento. Representante dos familiares no GTA e na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Diva Santana, que acompanhou aquela missão e é assídua participante das buscas no Araguaia, assegura que essas duas ossadas não foram retiradas naqueles dias. As reportagens da cobertura daqueles dias da expedição — incluídas as de O GLOBO — não registraram esses achados, mas a localização e retirada de três ossadas de adultos.

Aquelas escavações colheram os restos de um homem com os punhos amarrados para trás e sem as mãos. Teria entre 24 a 32 anos. Cogitou-se até que poderia ser o corpo do militante Paulo Roberto Marques, que usava o codinome Amauri. Ossadas de homem e uma mulher também foram encontradas. Ele vestia uma ceroula, e ela tinha características orientais. Foi enterrada em pé. Na época, parentes de desaparecidos apontaram semelhanças com Walquíria Afonso Costa, militante mineira do PCdoB.



MP denúncia corrupção no Corpo de
Bombeiros de Belém e Tucuruí  
Na semana em que o Corpo de Bombeiros do Pará ganhou as páginas dos jornais envolvido em suspeitas de venda de laudos de vistorias técnicas para liberação de Habite-se de imóveis em Belém, vem à tona uma nova denúncia que compromete ainda mais imagem da corporação no Estado. Desta vez a acusação atinge dois oficiais e dois suboficiais acusados do desvio de alimentos e combustíveis no 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros em Tucuruí. 

As denúncias foram feitas por um tenente e levaram o Ministério Público Militar a investigar e denunciar à Justiça os quatro integrantes da corporação, entre eles, o então comandante do Grupamento, o major Helton Charles Araújo Moraes. Também foram denunciados o hoje capitão Marcos Felipe Galúcio de Souza, que está em Marabá, e os o sub-tenentes Lucivaldo Bittencourt Pompeu e Ronaldo do Espírito Santo. 

Segundo a denúncia, o Corpo de Bombeiros em Tucuruí recebia combustíveis doados pela prefeitura municipal do município, pela empresa Eletronorte, que administra a usina hidrelétrica e tem escritório na cidade, e ainda contava com suprimentos do próprio Comando da Corporação. 

Da prefeitura de Tucuruí saiam mensalmente 480 litros de óleo diesel. Já a Eletronorte doava 248 litros de gasolina, que seriam suficientes para manter a frota do grupamento ao longo do mês. Não havia, contudo, na administração da unidade, qualquer controle sobre o uso dessas doações. “Soa estranho que não haja registro de entrada de combustível nos livros de partes diárias do fiscal de dia do 8º GBM, não havendo nenhum outro documento comprobatório de que o referido combustível tenha entrado no quartel do 8º GBM e também registro de consumo que comprove a fiscalização do combustível”, constatou o Ministério Público na denúncia apresentada à Justiça. A empresa Eletronorte confirmou as doações. Segundo testemunhas, o combustível era transportado em ‘carotes’ e em carros particulares.

QUENTINHAS - O Ministério Público apurou também o desvio de alimentos que eram doados ao Corpo de Bombeiro pela empresa Camargo Correa, responsável por obras no município como a das eclusas. Segundo testemunhas, a empresa doava quentinhas que eram consumidas no grupamento, o que facilitava o desvio de alimentos não perecíveis enviados pelo Comando. “Eram entregues nas unidades apenas alimentos não perecíveis, excluindo-se, portanto, os perecíveis, o que leva a concluir que o primeiro denunciado [o major Helton], a quem cabia à gestão administrativa militar do 8º GBM, se apropriava indevidamente desses”, diz a denúncia. 

A ação inclui ainda irregularidades no uso dos recursos arrecadados com o aluguel da quadra de esportes do Grupamento e a suposta apropriação de uma antena de acesso a Internet do programa “Navega Pará”, do governo do Estado, que teria sido tirada do local de origem e instalada em local definido pelo então comandante do 8º Grupamento para uso particular.

As denúncias deram origem a um inquérito militar que resultou na denúncia à Justiça e foi aberto também processo administrativo para apurar falhas de conduta dos militares envolvidos. Na última sexta-feira, o responsável pelo caso, o promotor Armando Brasil determinou também a instauração do Conselho de Justificação, instância responsável por julgar pedido de expulsão contra bombeiros. O Conselho deve ser formado por três integrantes com patentes mais altas que as dos denunciados e os nomes são escolhidos pelo governador do Estado, Simão Jatene. 

O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Mário Moraes, garantiu que todas as denúncias contra integrantes da corporação serão rigorosamente apuradas. “Qualquer denúncia que recebemos é investigada”. Além do Conselho de Justificação, ainda não instaurado, os militares estão sujeitos a possíveis sanções funcionais que podem ir da advertência à prisão. Os oficiais e suboficiais acusados foram afastados de Tucuruí, mas enviados para outros grupamentos do Estado. “O afastamento é necessário para que eles não interferissem na investigação, mas o caso não foi julgado então não cabe afastá-los totalmente das funções”, explicou Moraes. Não há previsão para o fim do processo. 

Dos investigados, apenas o major Helton Charles Araújo Moraes falou ao DIÁRIO. Ele garantiu que não teve envolvimento nos desvios. “Vai ficar claro ao longo do processo que minha assinatura foi falsificada. Minha história na corporação é pautada pela licitude. Já recebi comenda e elogios do governador. Tenho interesse em que a investigação ocorra o mais rápido possível. Esse tipo de denúncia desgasta a gente, mas o servidor público está sujeito”.
(Diário do Pará)



Familiares de vítimas da Kiss criam associação
Associação irá acompanhar a investigação do caso e buscar e emitir orientações para os processos de indenização

Cerca de 250 familiares das vítimas da tragédia da boate Kiss decidiram formar uma associação para acompanhar a investigação do caso e buscar e emitir orientações para os processos de indenização, neste sábado, em Santa Maria.  

Os participantes da reunião também admitem que unidos poderão amparar uns aos outros no longo processo do luto que estão passando. Uma comissão formada por dez pessoas deve esboçar um estatuto durante a semana para apresentá-lo no próximo encontro, marcado para o dia 23.


Ainda tem louco que diz que o
mensalão não existiu

A condenação dos principais executivos do Banco Rural no mensalão e as sucessivas derrotas judiciais em falências de empresas como Petroforte e Vasp podem levar o grupo a pagar pelo menos R$ 1,3 bilhão, o equivalente a 5,6% dos ativos do banco. 

No ano passado, o banco recebeu uma injeção de R$ 400 milhões de sua antiga controladora, Kátia Rabello. Segundo reportagem da Folha de SP., esse aporte deu fôlego para que o banco não entrasse na zona de insolvência. Kátia foi condenada a 16 anos e oito meses de prisão e ao pagamento de R$ 1,5 milhão em multa por permitir que seu banco ajudasse a lavar o dinheiro do mensalão. 

Outros dois executivos, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, também foram condenados e juntos terão de pagar R$ 1,5 milhão. O banco recebeu ainda multa de R$ 1,6 milhão do Banco Central por causa das operações de lavagem de dinheiro. O grupo Rural agora terá de pagar credores de duas falências, a da Vasp e a da distribuidora de combustível Petroforte. O grupo nega irregularidades.


Sobre Mantega, inflação, armas e nervosismo

Em abril de 2011, realizou-se no Planalto a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo de Dilma Rousseff. Na sua vez de discursar, Guido Mantega lamentou: “Existe um surto inflacionário mundial.” Mas mostrou o paiol: “Não devemos poupar armas, devemos usar todas as possíveis, sejam armas monetárias, sejam armas fiscais.”

Decorridos quase dois anos, o IBGE informou na semana passada que a inflação deu um salto de 0,86% no mês de janeiro de 2013. Nos últimos 12 meses, a taxa já acumula uma elevação de preocupantes 6,15%.
No momento, a situação é a seguinte: metade da turma do mercado está nervosa porque Mantega diz que dispõe de um arsenal mas sabe que ele está mentindo.

 A outra metade está nervosa porque Mantega diz que dispõe de um arsenal e sabe que ele fala sério. E o governo está nervoso porque não sabe se diz que tem um armamento de que não dispõe ou se aciona as bombas mas não diz. E vice-versa.

 - Do Blog do Josias -


Exército apura cobrança de propina por oficiais
Enzo Peri, comandante do exército
Sindicância aberta pelo Exército apura denúncia feita contra oficiais que atuam no setor de compras. Eles estariam condicionando a assinatura de contratos com empresas vencedores em licitações ao pagamento de propinas. A coisa começou a cheirar mal no final do ano passado, quando uma empresária paranaense procurou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Chama-se Iracele Mascarello a empresária que levou os lábios ao trombone. É dona do Grupo Mascarello, fabricante de ônibus. Conforme relato do repórter Hugo Marques, ela procurou Requião em novembro do ano passado. Contou ao senador que sua empresa vencera uma licitação para fornecer 65 ônibus ao BGP (Batalhão da Guarda Presidencial) – negócio de R$ 17,8 milhões.

Às vésperas da assinatura do contrato, contou Iracele a Requião, oficiais do Exército contactaram um representante da empresa em Brasília. Informaram que a formalização do negócio exigiria o pagamento de propina. Informado, o senador decidiu passar a informação adiante. Requião foi à presença do ministro Aloizio Mercadante (Educação).

Filho de general e irmão de coronel, Mercadante contou o que ouvira a duas pessoas: o comandante do Exército, general Enzo Peri, e Dilma Rousseff. A presidência exigiu providências. Abriu-se uma sindicância, ainda inconclusa. E o contrato com a Mascarello foi, finalmente, assinado. Sem o ‘por fora’.

A denúncia chega às manchetes oito meses depois de Dilma ter lançado, em junho do ano passado, um bilionário programa de compras de máquinas e materiais para os ministérios. Deu-se ao programa o apelido de PAC Equipamentos. Foi orçado em R$ 8,4 bilhões. Um pedaço dessa cifra será aplicado na reequipagem das Forças Armadas.

Numa conta que inclui de caminhões a lançadores de mísseis, o Exército já gastou R$ 1,8 bilhão. É contra esse pano de fundo monetário que se processa a investigação sobre a cobrança de propinas por oficiais. Em nota, o Exército informou:

“A citada sindicância se encontra em curso e, até o presente momento, não há como comprovar a ocorrência de propina no referido processo. Registre-se que o processo licitatório já foi concluído e a empresa representada pelo denunciante contemplada na forma do que está previsto nas normas vigentes.”

- Blog do Josias -